Histórias em tempos de pandemia - Corona Arquivo - COVID 19 (2020).
- Isabela Salgado
- 17 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de dez. de 2023
Recebi recentemente, de um amiga que está morando em Portugal, uma notícia sobre historiadores alemães. Os cientistas estão produzindo uma plataforma na internet onde pessoas comuns vão deixar registradas suas memórias da pandemia do Covid-19. Vou deixar o link desta notícia para vocês, e da mesma forma, deixarei registrado no blog registros deste acontecimento que com certeza já mudou a história da humanidade.
Estou morando em Bonito/MS, por conta do meu trabalho. A cidade não tem nenhum caso de coronavírus. Vim para Campinas no dia 14 de março por conta de uma consulta médica, e aqui fiquei, respeitando o isolamento social. Campinas até o dia de hoje tem 5 mortes e infelizmente o isolamento social está longe de ser exemplar. Moro em frente ao Parque da cidade, o Parque Taquaral ou Parque Portugal, que por possuir uma área de lazer muito extensa, atrai os mais desavisados. Uma pena, sendo que Campinas sempre foi exemplo de avanço na medicina, serviços, indústria, até social....mas que agora em função do que alguns débeis chamam de "manter a economia girando", se comportam de forma retrógrada.
Aproveito a quarentena para curtir a minha casa, que morei durante grande parte da minha vida. Do bairro Botafogo nos mudamos para esta casa em 1984. Foram anos de convivência com meus pais, irmãos e amigos, que vinham depois da escola. Íamos muito ao Parque, caminhar em volta da Lagoa e também apreciar os inúmeros shows e atrações que ali se instalavam: circos, o Playcenter de São Paulo, aulas de dança ao ar livre, os passeios de pedalinho na lagoa, as inúmeras apresentações da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas sob a batuta do maestro Benito Juarez.
Hoje, confinada neste casarão, estou cuidando da minha mãe, que tem 94 anos e ainda se lembra de muitas coisas que vivemos aqui. Na verdade, para mim, ela é a memória desta casa: quando lembro de minha mãe, lembro da casa, de meu pai, uma coisa está dentro da outra, num entrelaçamento impossível de separar, de se pensar isolado. E por mais que eu escreva sobre isso nunca conseguirei colocar no papel todos os sentimentos que revivo quando falo neste assunto.
Estarei por aqui a partir de hoje, 17/04/2020, procurando contar um pouco desta experiência de confinamento. Sem floreios, não estou muito disposta a fazer poesia. Mas se no final eu poetizar, melhor pra vocês, não é?
Um abraço,
Isabela
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